segunda-feira, 23 de junho de 2008

Palestra sobre exposição Troféu Olivio Lamas


A palestra ministrada pelos organizadores da exposição de fotos dos ganhadores do troféu Olivio Lamas, ocorreu no dia 4 de junho as 20h na praça de alimentação do Shopping Della Giustina.

Rubens Lunge, um dos palestrantes, começou falando sobre o próprio homenageado, Olivio Lamas. O sindicato dos jornalistas já pensava em fazer alguma forma de homenagem a Olivio antes mesmo de seu falecimento, mas a idéia da exposição e concurso de fotos foi concretizada somente após a união do sindicato a ACI (Associação Catarinense de Imprensa). A primeira edição do concurso contou com a participação de fotojornalistas profissionais, porém a segunda edição permitirá a participação de acadêmicos não formados do curso de jornalismo.

Segundo o palestrante e julgador do concurso Tarcisio Mattos, o objetivo principal da exposição troféu Olivio Lamas é causar impacto na sociedade, fazer com que as pessoas entendam o momento da fotografia e se perguntem o que houve no instante do click. Em Jaraguá do Sul, por exemplo, a exposição foi realizada na rodoviária da cidade para que todas as pessoas pudessem ter acesso, entender e sentir o reflexo do fotojornalismo na região.

Olivio Lamas se fez presente em palavras várias vezes durante a palestra. Tarcisio Mattos, por exemplo, quando questionado sobre a fotografia digital presente no fotojornalismo, disse: "Olivio Lamas tinha um posicionamento muito ético e profissional. Ele não deixava que as novidades da fotografia atrapalhassem seu trabalho, não se incomodava com modismos. A fotografia passa por modas ditadas pela tecnologia e estética, mas a grande fotografia era feita como Lamas fazia: simples e crua."

A convivência de Tarcisio Mattos com o fotojornalismo é antiga, em 79 começou a trabalhar em jornais locais e em 88 montou uma empresa independente de fotojornalismo chamada Soma. Tarcisio conta que a Soma não atuava de forma nacional, eles escolheram ser uma empresa local cobrindo somente fatos de Santa Catarina. Na eleição de 1989, por exemplo, cada candidato que colocava os pés no estado era fotografado pela Soma.

Dentre outros questionamentos, os estudantes de jornalismo e os demais presentes na platéia perguntaram sobre o impacto da fotografia digital no fotojornalismo. Rubens Lunge, palestrante, fala que hoje em dia qualquer um pode lidar com fotografia digital sem precisar de conhecimento técnico algum. "Técnica não é nada, é só aprender, igual dirigir um carro. O importante é você gostar e saber sua função, a tecnologia pode atrapalhar um pouco."

Para complementar perguntam se o fotojornalista ficou marginalizado depois da era digital, e Tarcisio Mattos responde: "Não, a internet permite que se escreva muito e isso não eliminou o fotojornalista. Nós vivemos em um momento de nova linguagem fotográfica, a digital. A foto que vai para qualquer outro meio é só continuação da fotografia caseira. O repórter que se intitula fotógrafo tem maior preparamento para isso, a abordagem de situações pelo fotojornalista é diferente; para um blog a fotografia informativa não tem o mesmo enquadramento, por exemplo, nem o mesmo texto."

Eles falam sobre a parceria entre fotógrafo e repórter, dizem que é importante que o fotógrafo tenha conhecimento da pauta e que o distanciamento não pode ocorrer. Alguém que cobre fotos políticas, por exemplo, precisa entender sobre o assunto. "Deve-se saber o que está sendo produzido", comentou Tarcisio.

A palestra se estendeu por duas horas, teve grande ênfase nos assuntos sobre tecnologia e sindicalismo. Os palestrantes deixaram claro que os jornalistas devem unir-se através do sindicato para modificar qualquer conceito errado em sua profissão. Após o debate foi servido um coquetel para todos os participantes com champanha, frutas e sanduíches.

Letícia Garcez Costa.

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