quarta-feira, 2 de julho de 2008

Em busca de um sonho


O mercado de trabalho está concorrido hoje em dia e poucas pessoas que pensam em seguir uma carreira conseguem de fato realizar o sonho. Ruthe Alves Garcez é uma dessas poucas pessoas que conseguiram alcançar a autonomia do profissional liberal. Tem 48 anos e é uma advogada bem sucedida e reconhecida em Criciúma.
Desde pequena Ruthe prezava pelo justo, sempre quis fazer algo relacionado à justiça. Seu pai era militar e autoritário devido à profissão, por isso era muito rígido com os ela e seus sete irmãos em casa. “Ele era muito duro, não ouvia ninguém e ninguém podia se expressar. Eu achava muito injusto, sempre pensei que todos os lados em uma discussão devem ser ouvidos.”
Com essa idéia em mente, ela buscou trabalhar para pagar seus estudos. Aos 17 anos teve seu primeiro emprego na diagramação de um jornal local em Santiago, Rio Grande do Sul, sua cidade natal. Depois de um ano saiu do emprego e trabalhou como cozinheira em uma lanchonete, trabalhava o dia inteiro e estudava a noite. Ficou com essa rotina por dois anos até que perdeu o emprego e, sem dinheiro para continuar estudando, mudou-se para Santa Maria (RS) para morar com sua tia. “Santa Maria não tinha oportunidades de emprego, era – e ainda é - uma cidade universitária. Procurei emprego por dois anos, mas não consegui nada. Estava sem estudar nesse meio tempo.”
Em maio de 1984, Ruthe resolve visitar seus dois irmãos que moravam em Santa Catarina, um era militar e o outro estudante. “Criciúma na época era muito promissora, havia muitos empregos a disposição e eu consegui em menos de um mês um emprego como locutora na rodoviária.”, lembra ela. O emprego na rodoviária foi temporário, logo passou a trabalhar em uma loja de material de construção, da qual tirava mais lucro. Assim que se estabeleceu financeiramente, retomou os estudos e continuou seguindo seu sonho.
No ano de 1985, estando a apenas um ano na cidade, recebeu um convite do assessor jurídico, seu companheiro na época, para trabalhar na assessoria jurídica do sindicato dos mineiros. Trabalhou no sindicato durante três anos, enquanto ainda cursava o segundo grau. Sua história de luta pelo justo se revelava mais a cada ano que passava. No segundo grau lutou para transformar o então centro cívico em grêmio estudantil, para que estudantes tivessem mais voz e direitos dentro do colégio. Participou do movimento estudantil e apoiou muitas greves também nessa época.
Quando estava estabilizada trabalhando em um escritório de advocacia e pronta para enfrentar um cursinho pré-vestibular, em 1987, engravidou. A gravidez não a fez desistir de seus sonhos. “Minha filha foi meu maior incentivo para continuar batalhando.” Não conseguindo passar no vestibular nesse primeiro momento, Ruthe fez um concurso para oficial de justiça e passou; mesmo assim continuou trabalhando no escritório e tentando passar no vestibular para direito ou contabilidade. Como direito era um curso muito concorrido naquela época, passou para contabilidade e cursou até a 5ª fase, ou seja, até descobrir que não era o que queria para sua vida.
Retornando ao cursinho em 1994, mesmo com filho e trabalho, conseguiu finalmente passar para direito. “Nunca tive chance de estudar em um bom colégio, fiz supletivo e não tinha aprendido muito, mas estudando no cursinho consegui passar.” Sua carreira como acadêmica do curso de direito era difícil, trabalhava no escritório de advocacia pela manha, pela tarde em Içara como oficial de justiça e a noite ia para Araranguá para cursar a faculdade. Além disso, no sábado fazia uma matéria da faculdade em Tubarão.
No escritório onde trabalhava não existia computador, todas as ações eram digitadas por ela em uma máquina Línea 98. O período em que trabalhou nesse escritório foi como um estágio não remunerado. Adquiriu experiência, mas nada de lucros; os lucros vinham do trabalho no fórum em Içara. Abandonou o emprego do fórum em 1997 e trabalhou no escritório de advocacia até 1999, ano em que se formou na faculdade.
No dia 1º de abril de 2000 conseguiu abrir seu próprio escritório com a ajuda de cinco amigos. No escritório havia apenas um laptop, uma impressora achada no lixo, móveis e telefone emprestados e até o próprio local era emprestado. Hoje em dia ela tem seu próprio local de trabalho e está bem estabelecida financeiramente. “Apesar de não acreditar no judiciário e nas leis, eu ainda acredito na justiça. Entre a lei e a justiça eu fico com a justiça.”


Letícia Garcez Costa

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Palestra sobre exposição Troféu Olivio Lamas


A palestra ministrada pelos organizadores da exposição de fotos dos ganhadores do troféu Olivio Lamas, ocorreu no dia 4 de junho as 20h na praça de alimentação do Shopping Della Giustina.

Rubens Lunge, um dos palestrantes, começou falando sobre o próprio homenageado, Olivio Lamas. O sindicato dos jornalistas já pensava em fazer alguma forma de homenagem a Olivio antes mesmo de seu falecimento, mas a idéia da exposição e concurso de fotos foi concretizada somente após a união do sindicato a ACI (Associação Catarinense de Imprensa). A primeira edição do concurso contou com a participação de fotojornalistas profissionais, porém a segunda edição permitirá a participação de acadêmicos não formados do curso de jornalismo.

Segundo o palestrante e julgador do concurso Tarcisio Mattos, o objetivo principal da exposição troféu Olivio Lamas é causar impacto na sociedade, fazer com que as pessoas entendam o momento da fotografia e se perguntem o que houve no instante do click. Em Jaraguá do Sul, por exemplo, a exposição foi realizada na rodoviária da cidade para que todas as pessoas pudessem ter acesso, entender e sentir o reflexo do fotojornalismo na região.

Olivio Lamas se fez presente em palavras várias vezes durante a palestra. Tarcisio Mattos, por exemplo, quando questionado sobre a fotografia digital presente no fotojornalismo, disse: "Olivio Lamas tinha um posicionamento muito ético e profissional. Ele não deixava que as novidades da fotografia atrapalhassem seu trabalho, não se incomodava com modismos. A fotografia passa por modas ditadas pela tecnologia e estética, mas a grande fotografia era feita como Lamas fazia: simples e crua."

A convivência de Tarcisio Mattos com o fotojornalismo é antiga, em 79 começou a trabalhar em jornais locais e em 88 montou uma empresa independente de fotojornalismo chamada Soma. Tarcisio conta que a Soma não atuava de forma nacional, eles escolheram ser uma empresa local cobrindo somente fatos de Santa Catarina. Na eleição de 1989, por exemplo, cada candidato que colocava os pés no estado era fotografado pela Soma.

Dentre outros questionamentos, os estudantes de jornalismo e os demais presentes na platéia perguntaram sobre o impacto da fotografia digital no fotojornalismo. Rubens Lunge, palestrante, fala que hoje em dia qualquer um pode lidar com fotografia digital sem precisar de conhecimento técnico algum. "Técnica não é nada, é só aprender, igual dirigir um carro. O importante é você gostar e saber sua função, a tecnologia pode atrapalhar um pouco."

Para complementar perguntam se o fotojornalista ficou marginalizado depois da era digital, e Tarcisio Mattos responde: "Não, a internet permite que se escreva muito e isso não eliminou o fotojornalista. Nós vivemos em um momento de nova linguagem fotográfica, a digital. A foto que vai para qualquer outro meio é só continuação da fotografia caseira. O repórter que se intitula fotógrafo tem maior preparamento para isso, a abordagem de situações pelo fotojornalista é diferente; para um blog a fotografia informativa não tem o mesmo enquadramento, por exemplo, nem o mesmo texto."

Eles falam sobre a parceria entre fotógrafo e repórter, dizem que é importante que o fotógrafo tenha conhecimento da pauta e que o distanciamento não pode ocorrer. Alguém que cobre fotos políticas, por exemplo, precisa entender sobre o assunto. "Deve-se saber o que está sendo produzido", comentou Tarcisio.

A palestra se estendeu por duas horas, teve grande ênfase nos assuntos sobre tecnologia e sindicalismo. Os palestrantes deixaram claro que os jornalistas devem unir-se através do sindicato para modificar qualquer conceito errado em sua profissão. Após o debate foi servido um coquetel para todos os participantes com champanha, frutas e sanduíches.

Letícia Garcez Costa.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Rock N Roll interrompido!



No último sábado o palco do show foi no Let´s Go bar, localizado no bairro próspera em Criciúma. Estavam confirmadas três bandas: Alcoholic Trendkill, que faz um som “stoner thrash metal”, Aurora com seu som “a la” Nirvana, e para fechar Dinossauro, com seu rock inglês.

O evento que deveria começar as 16 horas, como estava marcado, iniciou apenas por volta das 18 horas. A banda Alcoholic Trendkill abriu o espetáculo, que teria sequência com a banda Aurora. No palco a segunda banda foi interrompida por uma batida da GRT(grupo de resposta tática), que vieram com armamento pesado em seis viaturas.

O motivo foi a falta de alvará do estabelecimento e também a presença de menores de idade no local consumindo bebidas alcólicas. Muitos ficaram indignados com a presença da polícia, mas no fim com toda a pressão acabaram se retirando do local.

O rock em si ja é associado a drogas, bebidas, essas coisas. A cabeça das pessoas deveria mudar em relação a tudo isso! Se bem que no sábado haviam menores usando entorpecentes, mas não é sempre que essas coisas acontecem.

Após todo o transtorno, concerteza toda a galera que frequenta esses shows undeground, gostaria que tudo voltasse ao normal, pra não acabar com a cena em Criciúma e região.

Marcos Damazio

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Maconha também faz bem


Existe um grande preconceito em torno da planta Cannabis (cânhamo ou maconha) pelo fato de a maioria das pessoas usarem-na como entorpecente, mas o que não sabemos é que ela possui múltiplas propriedades benéficas e utilidades no dia a dia.

A maconha é originária da Índia e da Ásia Central e foi levada à Europa no princípio do século XVI. Ela pode ser utilizada na fabricação de muitos artigos como papel, cordas, tecidos, medicamentos e pinturas.

O cânhamo tem alto poder hidratante, o que o torna um ingrediente ideal para a produção de cosméticos. De sua semente é extraído ainda um óleo capaz de produzir leite sem lactose ou efeitos psicoativos.

Algumas propriedades da maconha são usadas medicinalmente para portadores de doenças como câncer na etapa da quimioterapia, prevenindo náuseas e vômitos. A maconha também é muito eficiente em casos de epilepsia, diminuindo gradativamente e, em muitos casos, até acabando com as crises. Glaucoma e desnutrição também podem ser tratados com esse medicamento.

Por suas utilidades medicinais do cânhamo utiliza-se o talo da planta, rico em fibras e as sementes, ricas em óleos graxos essenciais.

Já as propriedades psicoativas da Cannabis, que estão relacionadas ao uso da droga, derivam das folhas e dos galhos de uma variedade da planta também conhecida como Cannabis Sativa.

Mais informações em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cannabis

Letícia Garcez Costa

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Primeiros escritos

Este é um blog jornalístico, cuja proposta é analisar diversas situações sem se ater à uma linha específica... e lançar uma nova visão sobre elas! Assumimos, por princípio, que as pequenas ações que empreendemos são fruto da época em que vivemos. Por isso entendemos que, muito mais que um legado deixado pelos escritores de outrora, a função que o jornalismo atual realmente exerce é herança dos grandes pintores e retratistas de tempos idos, como Rembrandt e Renoir.

Longe de escrever sobre romances shakepeareanos vividos por celebridades ou fatos hediondos que acabam por virar lugar-comum, como o caso Isabella Nardoni, é dever do jornalista revisar o cotidiano e buscar aprimorá-lo com a maior arma inventada pelo homem: a palavra.

Veja, por exemplo, o conflito com ares de revolução ocorrido na cidade vizinha, Içara, onde (aparentemente) agricultores enfurecidos com a decisão judicial de permitir uma nova mina de carvão nos arredores de suas propriedades rurais incendiaram as instalações das empresas Rio Deserto (a proprietária). É a história regional sendo escrita, a imprensa local está visivelmente engajada e são poucos os que se dão conta disso.

O resultado, além do prejuízo à companhia, ainda é uma nebulosa, tanto judicialmente como em termos práticos. Entre os complicadores estão a dificuldade em se apontar os culpados pelos incidentes e as brechas legais que ambos os lados do conflito se valem.

O incidente reforça a teoria jurídica propagandeada no Estado pelo desembargador Lédio Rosa de Andrade, nascida em meados dos anos 60 na Itália e trazida para o Brasil na década de 80: o Direito Alternativo. Ele admite que nossos códigos de leis são incompletos e, não raramente, insuficientes para mediar questões pertinentes à toda uma região.

Não há como negar que os mananciais consumidos e o "solo lunar" que observamos em grande parte das áreas mineiradas no passado próximo também tem alguma coisa a dizer. Resta-nos descobrir como preservar as áreas ambientais e explorar o solo, concomitantemente.

* * *

Sugestão: conheça as obras de Rembrandt e Renoir. Embora separados por 200 anos de idade, ambos tem pinceladas que denotam sutileza e são grandes retratistas de situações cotidianas de suas épocas!

Gustavo Vasconcelos Cardoso